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Palma-de-Santa-Rita como alternativa de renda aos produtores de flores de MT
UNEMAT FAZ PESQUISA
Palma-de-Santa-Rita como alternativa de renda aos produtores de flores de MT
10/06/2020 07:15:08
por Hemilia Maia
Foto por: Celice Silva

O Programa de Extensão MT Horticultura da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) está desenvolvendo pesquisas de cultivo em Mato Grosso da Palma-de-Santa-Rita (Gladiolus), também conhecida apenas como palma ou gladíolo.

A Palma-de-Santa-Rita é uma espécie de flor de corte, intensamente cultivada no sul do Brasil. Os primeiros plantios ocorreram em Holambra, São Paulo, na década de 1950. À época foi uma das mais importantes flores de corte do país. O cultivo de gladíolo é realizado durante todo o ano. A maior procura por suas flores ocorre em datas comemorativas como o dia das mães e finados.

Alguns estudos demonstram que a lucratividade com o cultivo de gladíolos pode ser superior em 50% quando comparadas com as alpínias, bastões do imperador e helicônias que são espécies perenes. Um pacote com 50 hastes florais de palmas chega a ser comercializado por 30 reais, segundo dados divulgados em abril pela Central de Abastecimento do Estado de Pernambuco (Ceasa/PE). Para cada hectare estima-se uma produção superior a 200.000 hastes florais.

“Por se adaptar a uma ampla faixa de temperatura, de 15 a 30°C, ser exigente em luminosidade e não suportar geadas, seu cultivo no estado do Mato Grosso é promissor e tem apresentado bons resultados nos estudos desenvolvidos na Unemat. Essa espécie, somada a outras espécies de flores tropicais já pesquisadas e cultivadas, vem reforçar a vocação do estado de Mato Grosso como um grande celeiro, que tem espaço para produtores de pequena e grande escala”, explicou a professora e doutora em Botânica Celice Alexandre Silva.

Após o plantio, as palmas iniciam a florada entre 60 e 120 dias a depender da cultivar que pode ser de ciclo curto 60/65 dias, médio 75/85 dias ou longo 100/120 dias, o que possibilita um retorno financeiro mais rápido quando comparado as espécies perenes que iniciam o florescimento um ano ou mais após o plantio como é o caso das alpínias, bastões do imperador e helicônias.

Celice ainda aponta outra especificidade no cultivo da palma. “Diferente de outras flores tropicais, após a colheita da palma é necessário realizar um novo plantio, onde novos bulbos, material utilizado para sua propagação, são comprados ou podem ser utilizados os bulbos produzidos pelas plantas do cultivo anterior. Nesse caso, após a colheita a cultura permanece no campo sob irrigação por um período de até dois meses para desenvolvimento dos bulbos.”

Os estudos já apontam que as plantas devem ser cultivadas em sulcos com espaçados entre si de 60 a 70 cm. Em cada sulco são dispostas duas linhas. O espaçamento utilizado entre linhas e entre plantas no sulco é de 15 cm. Devido a possibilidade de acamamento das plantas, é necessário o tutoramento, para isso são utilizadas ripas de madeira ou bambu e fitilhos ou fitas plásticas.

“Nesses tempos de pandemia, onde muitas vezes temos que nos deparar com notícias que relatam perda de vidas humanas e sofrimento mundial, queremos trazer uma notícia mais leve, perfumada e com potencial de ajudar os produtores de flores que, igualmente a outros setores foi atingindo em cheio com a Pandemia do novo coronavírus, onde as atividades da produção e comercialização de flores foi muito reduzida. Nós entendemos que é papel da Universidade buscar soluções práticas para auxiliar a retomada das atividades em todos os setores, além de oferecer alternativas de renda ao produtor de pequena escala”, concluiu Celice.  

 

 

 

 

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